sexta-feira, 22 de março de 2013

Cuidado com a unha

de Pablo Sathler


Havia algum tempo que estava dando uns amassos em Sara. Eu pegava meu velho Volks, ia à rua de sua casa e buzinava. Era um código nosso. Dava três toques na buzina. Dois curtos e um longo. Ela entrava no carro e saímos andado pela cidade, até que encontrava um lugar para paramos. Na maioria das vezes era o mesmo lugar, ficamos em frente de restaurante que havia falido a pouco tempo. O Colina’s bar. Ficava bem no alto da cidade. A vista lá era ótima ! Assim que estacionava o carro, já começávamos os amassos.
Sara era da turma das “quietinhas”. Aquele tipo de mulher que não dá bandeira. Mas era muito quente! Nossa! Como era quente! Ela sempre vinha com aquele beijo suave. E depois metia a língua com força. E ficávamos naquilo por algum tempo.
Era uma terça-feira. Acho que era algum feriado santo naquele dia. Fui até a casa de Sara. Ela havia me dito que seus pais haviam viajado. Entrei na casa. Era limpa e organizada. Tudo brilhava. Era o meu dia de sorte. Só que Sara gostava de fazer um doce. E como gostava! Ela me mostrou a casa toda. De ponta a ponta. Me mostrou o banheiro. Os dois. Mostrou a cozinha, com uma bela mesa no centro e nenhuma louça suja. Mostrou-me a sala, a copa. Me mostrou até seus pés de tomate. Depois fomos para o terraço. Deitamos na rede e ficamos por um tempo. Do terraço víamos um bando de crianças brincado na rua. Pensei comigo mesmo, elas não tem ideia do que vai acontecer. Após umas três horas de papo furado. Fomos pra cama. Assim que terminei de tirar a cueca, Sara disse:
- Meu irmão costuma pegar o carro aqui em casa.
- OK.
Nessa hora eu pensei. Mas que merda!
Olhei para o relógio, faltavam dez minutos para cinco horas. E perguntei a Sara.
- Que horas ele costuma vir?
- Ah, umas cinco e meia.
Com o corpo quente e pensando mais com a cabeça debaixo, nem liguei para a informação no momento. Assim que ela tirou a calcinha, vi aquele lindo e cristalino fio.
Como a natureza era perfeita! Já era bom colocar o pau ali dentro, e por algum motivo fabricou-se a mulher com esse sistema. Um liquido para o pau entrar melhor. E ainda era quente! Pensei.
Maldita natureza perfeita! E seguimos nos amassando. Foi aí que percebi a hora. Nem a mais rápida das rapidinhas eu iria conseguir. Se fosse uma outra mulher, com quem já tivesse ido para a cama antes, ok. Mas não. Era Sara, a “quietinha”. E tinha que ir com calma. Não podia simplesmente ir arrancando-lhe a roupa. Comecei a ficar nervoso. E perguntei:
- Seu irmão vem mesmo?
- Não sei, ele costuma vir.
- Como costuma?
- Tem dias que ele vem, outros não.
Era uma sacanagem aquilo, tanto literalmente quando no sentido figurado. Mas estava preocupado. Mas como todo homem tem que cumprir seu papal de viril, de “fodedor”, continuei. Coloquei minha mão dentro. E delicadamente passei meu dedão no seu clitóris. Ouvi um:
- Isso é bom.
Sendo assim, continuei a masturba-la. E no momento de empolgação, cravei uma das unhas na parede da xota de Sara.
- Aí!!! Machucou! Disse Sara sem exitar.
- Desculpa meu bem. Tentando beija-la novamente.
- Não não, é sério. Machucou mesmo.
- Perdão meu bem.
- Não dá mesmo pra continuar.
E foi assim que perdi uma das melhores fodas que não tive. Juntei as roupas. Pedi perdão mais umas três vezes. Liguei o carro e fui pro bar mais próximo. O Moll’s bar. Pedi um uísque sem gelo e fiquei pensando sobre aquilo, até o bar fechar.

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