quarta-feira, 30 de março de 2011

A gramática não existe!

O palhaço está a palhaçar
de forma palhaçante
pois ele é um palhaçalador
de palhacices, sandices e coisas tais.

A gramático está gramaticando
num gerundio inoportuno.

O gramático ri do palhaço
o palhaço ri de si mesmo
A palhaçada existe de fato
A gramática não existe tanto assim.

O gramático corrige o palhaço
sobre o seu jeito de falar.
O palhaço corrige o gramático
sobre o seu jeito de ser.

O riso do que o palhaço provoca é real
As regras do gramático são inúteis.
A palavra viva brota de quem a diz
a palavra morta brota de quem lhe impõe regras.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sua Espada!

Caros leitores,
Essa semana tenho escrito muito pouco no blog.
Razão disto é que estou me concentrando num romance, o qual a idéia surgiu em um momento inóspito.
Estava voltando do trabalho para casa e passei a frente de um consultório dentário, peguei minha caneta para anotar o número daquele consultório e então veio de maneira quase que epifânica a frase, "você precisa encontrar a sua espada".
Vai parecer coisa do Paulo Coelho, mas decidi deixar meu coração ser o guia da minha literatura e ao chegar em casa escrevi como nunca.
Nunca, em um romance, havia escrito tantas páginas como nesse dia.
Mas onde quero chegar com este post?
Temos que nos perguntar sobre qual será a nossa espada. Isto é, qual será nossa arma para a conquista de nossos alvos.
E então, pensou?
A Bíblia, no livro de Efésios, capítulo 6 (se não me engano), fala que a espada do espírito é a Palavra de Deus.
Interessante disto é que existem dois verbos do grego que podem ser usados nesta frase. Logos, que seria a palavra dita por Deus e Rema que seria a palavra dizente de Deus.
Onde há diferença?
Em Logos, podemos pensar que a espada já está pronta, basta usá-la para conquistar nossos alvos. Em Rema, essa palavra se revela momento após momento, e pode ser que precisemos forjar diariamente nossa espada.
Independente da palavra empregada no texto, penso que encontrar a espada é tão fundamental como saber sua função. Sem encontrar a espada, não estamos aptos para conquistar nossas vitorias e viver nossa lenda pessoal.
O fato é que não há porque desanimar ante a este fato. Todos nós passamos por momentos que nos fazem desanimar e querer desistir, mas tudo me parece fazer parte de uma espécie de rito de passagem e ao término desse rito, encontramos a espada, pronta para ser desembanhada no momento certo.
Muitos encontram a espada, mas tem medo de usá-la, outros a encontram e usam sem o devido bom senso.
Porém a maior parte de nós comete o erro de ir para a batalha sem a nossa espada e um guerreiro desarmado, é um guerreiro morto.

quinta-feira, 17 de março de 2011

MARIA BETHÂNIA

Em homenagem ao blog da Maria Bethania segue um poema.

De Rogério Skylab

Maria Bethânia não anda de ônibus,
Maria Bethânia não anda de metrô,
Maria Bethânia não anda pelas ruas,
Maria Bethânia não vai ao Supermercado.

Maria Bethânia descobriu uma praia distante e deserta
mas um dia a praia foi invadida por turistas
e Maria Bethânia não saiu mais de casa.
Às vezes vai ao estúdio
mas a maior parte do tempo permanece em casa.

Maria Bethânia está ficando velha,
Maria Bethânia não tem mais a mesma voz
e, passados alguns anos, Maria Bethânia vai morrer.

Passados mais alguns anos,
Maria Bethânia vai ser esquecida.
E ninguém mais vai saber quem foi Maria Bethânia.
Ah ! Maria Bethânia !

Depois da noite de amor

Você dormia,
eu te olhava.
Parecia exausta,
parecia descansar em paz.

Você dormia,
eu te olhava.
No quarto escuro o teu rosto iluminava
mais que o sol que sempre rompe em minha janela.

Você dormia,
eu te olhava.
Queria conhecer os teus sonhos.
Queria saber se lá estava,
se lá estive,
se lá estarei.

Você dormia,
eu te olhava,
Teu rosto trazia a paz que minha alma precisava.

Você dormia,
eu te olhava.
Torcia para não aparecer nos seus sonhos.
Pois quero viver na realidade.

Você dormia
eu aguardava
no teu amanhecer quero habitar

Você dormia,
eu é que sonhava,
o sol apareceu
encheu o quarto de uma luz desnecessária

Aonde você está a luz é só um detalhe!

terça-feira, 15 de março de 2011

Por Que Ler os Clássicos

Italo Clavino


Comecemos com algumas propostas de definição.

1. Os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: "Estou relendo..." e nunca "Estou lendo..."

Isso acontece pelo menos com aquelas pessoas que se consideram "grandes leitores"; não vale para a juventude, idade em que o encontro com o mundo e com os clássicos como parte do mudo vale exatamente enquanto primeiro encontro.
O prefixo reiterativo antes do verbo ler pode ser uma pequena hipocrisia por parte dos que se envergonham de admitir não ter lido um livro famoso. Para tranqüilizá-los, bastará observar que, por maiores que possam ser as leituras "de formação" de um indivíduo, resta sempre um número enorme de obras que ele não leu.
Quem leu tudo de Heródoto e de Tucídides levante a mão. E de Saint-Simon? E do cardeal de Retz? E também os grandes ciclos romanescos do Oitocentos são mais citados do que lidos. Na França, se começa a ler Balzac na escola, e pelo nümero de edições em circulação, se diria que continuam a lê-lo mesmo depois. Mas na Itália, se fosse feita uma pesquisa, temo que Balzac apareceria nos últimos lugares. Os apaixonados por Dickens na Itália constituem uma restrita elite de pessoas que, quando se encontram, logo começam a falara de episódios e personagens como se fossem de amigos comuns. Faz alguns anos, Michel Butor, lecionando nos Estados unidos, cansado de ouvir perguntas sobre Emile Zola, que jamais lera, decidiu ler todo o ciclo dos Rougon-Macquart. Descobriu que era totalmente diverso do que pensava: uma fabulosa genealogia mitológica e cosmogônica, que descreveu num belíssimo ensaio.
Isso confirma que ler pela primeira vez um grande livro na idade madura é um prazer extraordinário: diferente (mas não se pode dizer maior ou menor) se comparado a uma aleitura da juventude. A juventude comunica ao ato de ler como a qualquer outra experiência um sabor e uma importância particulares; ao passo que na maturidade apreciam-se (deveriam ser apreciados) muitos detalhes, níveis e significados a mais. Podemos tentar então esta outra fórmula de definição:

2. Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los.

De fato, as leituras da juventude podem ser pouco profícuas pela impaciência, distração, inexperiência das instruções para o uso, inexperiência da vida. Podem ser (talvez ao mesmo tempo) formativas no sentido de que dão uma forma às experiências futuras, fornecendo modelos, recipientes, termos de comparação, esquemas de classificação, escalas de valores, paradigmas de beleza: todas, coisas que continuam a valer mesmo que nos recordemos pouco ou nada do livro lido na juventude. relendo o livro na idade madura, acontece reencontrar aquelas constantes que já fazem parte de nossos mecanismos interiores e cuja origem havíamos esquecido. Existe uma força particular da obra que consegue fazer-se esquecer enquanto tal, mas que deixa sua semente. A definição que dela podemos dar então será:

3. Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobvras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual.

Por isso, deveria existir um tempo na vida adulta dedicado a revisitar as leituras mais importantes da juventude. Se os livros permaneceram os mesmos (mas também eles mudam, à luz de uma perspectiva histórica diferente), nós com certeza mudamos, e o encontro é um acontecimento totalmente novo.
Portanto, usar o verbo ler ou o verbo reler não tem muita importância. De fato, poderíamos dizer:

4. Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira.

5. Toda primeria leitura de um clássico é na realidade uma releitura.

A definição 4 pode ser considerada corolário desta:

6. Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.

Ao passo que a definição 5 remete para uma formulação mais explicativa, como:

7. Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes).

Isso vale tanto para os clásicos antigos quanto para os modernos. Se leio a Odisséia, leio o texto de Homero, mas não posso esquecer tudo aquilo que as aventuras de Ulisses passaram a significar durante os séculos e não posso deixar de perguntar-me se tais significados estavam implícitos no texto ou se são incrustações, deformações ou dilatações. Lendo Kafka, não posso deixar de comprovar ou de rechaçar a legitimidade do adjetivo kafkiano, que costumamos ouvir a cada quinze minutos, aplicado dentro e fora de contexto. Se leio Pais e Filhos de Turgueniev ou Os Possuídos de Dostoievski não posso deixar de pensar em como essas personagens continuaram a reencarnar-se até nossos dias.
A leitura de um clássico deve oferecer-nos alguma surpresa em relação à imagem que dele tinhamos. Por isso, nunca será demais recomendar a leitura direta dos textos originais, evitando o mais possível a bibliografia crítica, comentários, intepretações. A escola e a universidade deveriam servir para fazer entender que nenhum livro que fala de outro livro diz mais sobre o livro em questão; mas fazem de tudo para que se acredite no contrário. Existe uma inversão de valores muito difundida segundo a qual a introdução, o instrumental crítico, a bibliografia são usados como cortina de fumaça para esconder aquilo que o texto tem a dizer e que só pode dizer se o deixarmos falar sem intermediários que pretendam saber mais do que ele. Podemos concluir que:

8. Um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente as repele para longe.

O clássico não necessariamente nos ensina algo que não sabíamos; às vezes descobrimos nele algo que sempre soubéramos (ou acreditávamos saber) mas desconhecíamos que ele o dissera primeiro (ou que de algum modo se liga a ele de maneira particular). E mesmo esta é uma surpresa que dá muita satisfação, como sempre dá a descoberta de um origem, de uma relação, de uma pertinência. De tudo isso poderíamos derivar uma definição do tipo:

9. Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos.

Naturalmente isso ocorre quando um clássico "funciona" como tal, isto é, estabelece uma relação pesoal com quem o lê. Se a centelha não se dá, nada feito: s clássicos não são lidos por dever ou por respeito mas só por amor. Exceto na escola: a escola deve fazer com que você conheça bem ou mal um certo número de clássicos dentre os quais (ou em relação aos quais) você poderá depois reconhecer os "seus" clássicos. a escola é obrigada a dar-lhe instrumentos para efetuar uma opção: mas as escolhas que contam são aquelas que ocorrem fora e depois de cada escola.
É só nas leituras desinteressadas que pode acontecer deparar-se com aquele que se torna o "seu" livro. Conheço um excelente historiador da arte, homem de inúmeras leituras e que, dentre todos os livros, concentrou sua preferência mais profunda no Documentos de Pick wick e a propósito de tudo cita passagens provocantes do livro de Dickens e associa cada fato da vida com episódios pickwickianos. Pouco a pouco ele próprio, o universo, a verdadeira filosofia tomaram a forma do Documentos de Pickwick numa identificação absoluta. Por esta via, chegamos a uma idéia de clássico muito elevada e exigente:

10. Chama-se de clássico um livro que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos talismãs.

Com esta definição nos aproximamos da idéia de livro total, como sonhava Mallarmé. Mas um clássico pode estabelecer uma relação igualmente forte de oposição, de antítese. Tudo aquilo que Jean-Jacques Rousseau pensa e faz me agrada, mas tudo me instpira um irresistível desejo de contradizê-lo, de criticá-lo, de brigar com ele. Aí pesa a sua antipatia particular num plano temperamental, mas por isso seria melhor que o deixasse de lado; contudo não posso deixar de incluí-lo entre os meus autores. Direi, portanto:

11. O "seu" clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em contraste com ele.

Creio não ter necessidade de justificar-me se uso o termo clássico sem fazer distinções de antiguidade, de estilo, de autoridade. (Para a história de todas essas acepções do termo, consulte-se o exaustivo verbete "Clássico" de Franco Fortini na Enciclopédia Einaudi, vol. III). Aquilo que distingue o clássico no discurso que estou fazendo talvez seja só um efeito de ressonância que vale tanto para um obra antiga quanto para uma moderna mas já com um lugar próprio numa continuidade cultural. Poderíamos dizer:

12. Um clássico é um livro que vem antes de outros clássicos; mas quem leu antes os outros e depois lê aquele, reconhece logo o seu lugar na genealogia.

A esta altura, não posso mais adiar o problema decisivo de como relacionar a leitura dos clássicos com todas as outras leituras que não sejam clássicas. Problema que se artcula com perguntas como: "Por que ler os clássicos em vez de concentrar-nos em leituras que nos façam entender mais a fundo o nosso tempo?" e "Onde encontrar o tempo e a comodidade da mente para ler clássicos, esmagados que somos pela avalanche de papel impresso da atualidade?".
É claro aque se pode formular a hipótese de uma pessoa ffeliz que dedique o "tempo-leitura" de seus dias exclusivamente a ler Lucrécio, Luciano, Montaigne, Erasmo, Quevedo, Marlowe, o Discours de la méthode, Wilhem Meister, Coleridge, ruskin, Proust e Valéry, com algumas divagações para Murasaki ou para as sagas islandesas. Tudo isso sem ter de fazer resenhas do último livro lançado nem publicações para o concurso de cátedra e nem trabalhos editoriasi sob contrato com prazos impossíveis. Essa pessoa bem-aventurada, para manter sua diata sem nenhuma contaminação, deveria abster-se de ler os jornais, não se deixar tentar nunca apelo último romance nem pela última pesquisa sociológica. Seria preciso verificar quanto um rigor semelhante poderia ser justo e profícuo. O dia de hoje pode ser banal e mortificante, mas é sempre um ponto em que nos situamos para olhar para a frente ou para trás. Para poder ler os clássicos, temos de definir "de onde" eles estão sendo lidos, caso contrário tanto o livro quanto o leitor se perdem numa nuvem atemporal. Assim, o rendimento máximo da leitura dos clássicos advém para aquele que sabe alaterná-la com a leitura de atualidades numa sábia dosagem. E isso não presume necessariamente uma equilibrada calma interior: pode ser também o fruto de um nervosismo impaciente, de uma insatisfação trepidante.
Talvez o ideal fosse captar a atualidade como o rumor do lado de fora da janela, que nos adverte dos engarrafamentos do trânsito e das mudanças do tempo, enquanto companhamos o discurso dos clássicos, que soa claro e articulado no interior da casa. Mas já é suficiente que a maioria perceba a presença dos clássicos como um reboar distante, fora do espaço invadido pelas atualidades como pela televisão a todo volume. Acrescentemos então:

13. É clássico aquilo que tende a relegar as atualidades à posição de barulho de fundo, mas ao mesmo tempo não pode prescindir desse barulho de fundo.

14. É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível.

Resta o fato de que ler os clássicos parece estar em contradição com nosso ritmo de vida, que não conhece os tempos longos, o respiro do otium humanista; e também em contradição com o ecletismo da nossa cultura, que jamais saberia redigir um catálogo do classissismo que nos interessa.
Eram as condições que se realizavam plenamente para Leopardi, dada a sua vida no solar paterno, o culto da antiguidade grega e latina e a formidável biblioteca doada pelo pai Monaldo, incluindo a literatura italiana completa, mas a francesa, com exclusão dos romances e em geral das novidades editoriais, relegadas no máximo a um papel secundário, para conforto da irmã ("o teu Stendhal", escrevia a Paolina) . Mesmo suas enormes curiosidades científicas e históricas, Giacomo as satisfazia com textos que não eram nunca demasiado up-to-date: os costumes dos pássaros de Buffon, as múmias de federico Ruysch em Fontenelle, a viagem de Colombo em Robertson.
Hoje, uma educação clássica como a do jovem Leopardi é impensável, e sobretudo a biblioteca do conde Monaldo, explodiu. Os velhos títulos foram dizimados, mas os novos se multiplicaram, proliferando em todas as literaturas e culturas modernas. Só nos resta inventar para cada um de nós uma biblioteca ideal de nossos clássicos; e diria que ela deveria incluir uma metade de livros que já lemos e que contaram para nós, e outra de livros que pretendemos ler e pressupomos possam vir a contar. Separando uma seção a ser preenchida pelas surpresas, as descobertas ocasionais.
Verifico que Leopardi é o único nome da literatura italiana que citei. Efeito da explosão da biblioteca. Agora deveria reescrever todo o artigo, deixando bem claro que os clássicos servem para entender quem somos e aonde chegamos e por isso os italianos são indispensáveis justamente para serem confrontados com os estrangeiros, e os estrangeiros são indispensáveis exatamente para serem confrontados com os italianos.
Depois deveria reescrevê-lo ainda uma vez para que não se pense que os clássicos devem ser lidos porque "servem" para qualquer coisa. A única razão que se pode apresentar é que ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos.
E se alguém objetar que não vale a pena tanto esforço, citarei Cioran (não um clássico, pelo menos por enquanto, mas um pensador contemporâneo que só agora começa a ser traduzido na Itália): "Enquanto era preparada a cicuta, Sócrates estava aprendendo uma ária com a flauta. 'Para que lhe servirá?', perguntaram-lhe. 'Para aprender esta ária antes de morrer'".

1981

terça-feira, 1 de março de 2011

Chico Buarque e o engodo da intelectualidade brasileira

Nunca pensei em toda minha vida que eu escreveria um artigo falando mal dele, ele para mim sempre foi o mestre das letras, o deus em forma de composição.
Quem é ele?
Estou falando de Chico Buarque de Holanda. Como escritor, compositor e poeta, perto dele sou uma larva, sou ninguém. Mas pelo menos eu não perdi os meus escrúpulos e nem a minha honra pessoal.
Por que estou lhe criticando tão ferozmente?
Aconteceu durante o segundo turno das últimas eleições. Precisávamos de alguma luz, pois nossos candidatos não tinham se mostrado até então. Tínhamos uma eleição pouco didática, pouco programática e com dois candidatos que não deviam estar aonde estavam.
Serra deveria cumprir se mandato de governador e dar espaço à renovação tucana e sem nenhum carisma enfrentou o cabo eleitoral mais carismático da história, o então Presidente Lula. Dilma, convenhamos, não passa de alguém inventado por Lula para continuar o projeto de poder do PT.
Neste cenário tenebroso, aparecem os olhos azúis de Chico, carregando seu nome, sua credibilidade e sua jactância intelectual.
Chico, no segundo turno, se manifesta e lidera um movimento de intelectuais em apoio a Dilma. Porém me pergunto, por que ele de repente a apoiou.
Seus argumentos não foram ouvidos, pois ele não deu nenhuma entrevista. Apenas esteve no evento e discursou brevemente utilizando-se de bravatas lulistas.
Quem diria, o semi analfebeto Lula, ensinando Chico a falar. Acontece que ele apenas mostra ao país o que há de mais absurdo na intelectualidade brasileira, que é usar a máquina pública em benefício próprio.
Você, caro leitor, pode me perguntar. Onde ele usou a máquina pública?
Assim que Dilma é eleita, coloca a irmã de Chico Buarque como Ministra da Cultura. Quais as suas credenciais? Ser irmã de Chico.
Sequer sei o nome da dita cuja, e é necessário saber?
Eis mais 4 anos aonde a arte independente será jogada no lixo, isto se aplica a música, artes plásticas, literatura, cinema e teatro. Só entra aquilo que "petistamente correto".