sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Constituição: direitos fundamentais e insatisfação

     O  direito  ao longo do tempo vem sofrendo transformações, no entanto é insatisfatório até mesmo para os direitos humanos. Existem leis internacionais que sobrepõem a Constituição brasileira, nesse caso a incorporação destas  diretrizes  na Constituição não garantem  a dignidade humana  para que não seja violada.  
       Atualmente  há uma luta constante para delimitar  o direito público e o  direito  privado, pois vivemos  em uma sociedade contemporânea que visa o capitalismo   e  a tecnologia.
      De acordo com o idealismo, observamos uma submissão humana a um engenhoso sistema que ignora a dignidade e impõe leis que não beneficia  a todos, sendo assim, uma parte da  sociedade que detém o poder. Vale ressaltar, no entanto,que várias conquistas foram adquiridas ao longo destes  séculos.Ainda, há  um longo do caminho  até chegar a um  ponto em que, a dignidade humana, citada no art.5° da Constituição,não seja apenas transcrito em folhas, como também vivenciada no cotidiano.  
       Criar uma relação harmônica entre o direito público e privado, não é uma tarefa fácil, fazendo-se necessário um estudo criterioso, observando as facetas da sociedade em inúmeros comandos, para atendê-la de forma eficaz.
        O fato dos direitos fundamentais,   surgem para limitar o poder do Estado,  ligando  o  mesmo ao indivíduo, de modo que  sugere  a ideia  desses direitos só vão proteger os cidadãos dos abusos do Estado.
Observa-se   uma dificuldade na  clivagem  do direito público e  do direito privado, pois ambos são tão interligados que é quase impossível distingui-los  sem que um deles intervenha, isto é, que  os interesses não atingiriam direto ou indiretamente sobre ambos.
      Anteriormente Menelick trata  sobre a questão dos desafios. Certamente concordo pois ,promovem a  inclusão  e ao mesmo tempo criam a exclusão. Se ao incluirmos os  direitos fundamentais ,provavelmente excluiremos todas as outras possibilidades. E apresentando a insatisfação da pessoa humana, na qual, não
realiza-se  a justiça muito menos o Direito.
      A Constituição de 1988, segundo José Alfredo de Oliveira Baracho Júnior é a mais ampla no sentido, por tutelar a pessoa humana em direitos fundamentais, porém Norberto Bobbio  contrapõe essa ideia, haja vista, que  é realmente merecedora de tal estudo, uma vez que, o problema, ou seja, a insatisfação da realização dos direitos fundamentais sobre a dignidade da pessoa humana está extremamente em crise. A  Constituição está sufocada de leis, todavia contém validade  legitimidade  e eficácia, entretanto insatisfatória.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Noite dos contos

     Entro em um ambiente diferente, entro em um casarão de iluminação intimista que incluem velas estrategicamente alocadas, entro ao som de um conto do mestre Galeano.
     Esta foi uma das várias experiências proporcionadas pela companhia de teatro Dona Maria Fulô em seu aniversário de 6 anos, onde os mesmos decidiram por uma peça intimista, sem grandes efeitos cênicos, sem roteiro extravagante e nem um clássico do teatro, mas por uma Noite dos Contos, a qual ouviu-se contos que foram do grande mestre de "Veias Abertas da América Latina", Eduardo Galeano, passando por Rubem Alves e pela grande contista de nossa terra Tânia Cristina, diga-se de passagem escolheram o mais belo dos contos de sua obra "Casa sem cômodos dentro".
      Como foi belo ouvir estes jovens atores dando uma nova roupagem a contos tão lindos!
      Como foi bom sentar-se para ouvir uma boa história!
      Como foi maravilhoso ver que o teatro itabiritense tem um representante valoroso, capaz de com pouco fazer muito e em uma peça curta, em um pequeno de tempo e espaço, dizer tanto.
       Os atores e atrizes da Companhia Dona Maria Fulô mostraram que não é necessário ser Paulo Autran para ser sublime, nem Fernanda Montenegro para tocar no coração de alguém e nem Ziembinski para conseguir comunicar de maneira clara, eficiente, inteligente e elegante uma série de histórias bem contadas.
       Ao ver este trabalho, deu-me vontade de tomar o lugar de Galeano, não na literatura, pois seu lugar é eterno, tão pouco em seu estado, pois estou bem vivo, mas na alegria de ver sua obra sendo assim lida e descrita.
       Vida longa à Companhia Dona Maria Fulô e que muitos outros bons espetáculos nos aguardem!
        Ah! Antes que eu me esqueça, o cházinho estava uma delícia, aliás os quitutes também estavam, mais um motivo para dizer que quem não foi perdeu uma enorme gama de experiências artísticas, inclusive gastronômicas.
         Viva o teatro!

sábado, 25 de janeiro de 2014

Como ela é linda!

Seu olhar é inocente,
Rende-me
Rouba-me
Arrebata

Seu sorriso é puro
Apreende-me
Surpreende-me
Faz suspirar

Sua voz é doce
Embala-me
Entoa-me
Me faz querer cantar

O fato dela existir
Preenche-me
Alegra-me
Me faz querer viver mais

Como ela é linda, caro leitor!
Como pode ser tão linda?
Pode tanta beleza ocupar apenas este lugar no espaço?
Pode tanto brilho ofuscar todas as mulheres de um só lugar ao mesmo tempo?
Será que ela existe mesmo
ou é apenas fruto dos meus devaneios?

Como ela é linda!
Jamais tive musa mais bela!
Jamais dediquei versos tão simples para uma mulher como ela!
Mas que pena que tenho apenas estes versos!
Que pena, pois imitando tio Vinícius
"Ah, se ela soubesse que quando ela passa
o mundo inteirinho se enche de graça
e fica mais lindo por causa do amor"

Não estou exagerando caro leitor,
ELA é LINDA!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Ruy Castro - Um biógrafo a altura de seus biografados

    Acabei de ler o sensacional livro de Ruy Castro onde ele conta a biografia do maior escritor brasileiro depois de Machado e João Cabral, estou falando de Nelson Rodrigues o "Anjo Pornográfico.
    Em sua muito feliz narrativa, Ruy Castro mostra um Nelson bastante humano, transcendendo à idiota objetividade de contar uma cronologia rígida, mas mostrando que Nelson foi quem foi porque tinha de ser assim. Mas meu foco não é no gênio Nelson, mas no competentíssimo Ruy. Estou certo de que escrever esta biografia foi um trabalho colossal, mas além disto está o talento, nem só de esforço vivem os grandes escritores e não consigo imaginar outro biografo para a vida de Nelson.
     Escrever biografias é contar histórias e isto Ruy faz muito bem, também é ser autêntico e relatar de maneira fidedigna fatos e obra do biografado e nisto ele foi magistral. Tão boa é esta biografia que só estou entendo a cabeça de Nelson em "O Reacionário", porque lí previamente esta excelente biografia.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Um cosplay franciscano

      Recentemente soube de um caso de uma garota de, do dia para noite, resolveu vestir-se tal qual uma freira franciscana, tal fato exalou em minha imaginação pensamentos altamente contraditórios. Quais seriam as intenções da referida senhorita ao proceder assim? Acaso ela está a homenagear o ilustríssimo Santo? Será que ela esta em treinamento para uma vida franciscana? Será que a distinta dama seria uma canastrona travestida de vestes que possuem místico significado?
      Porém, ela não abre mão de suas sandálias de grife, seu carro e suas belas roupas que ficam por baixo da túnica, sim caro leitor, pasmem, ela usa lingeries caras e de marcas que nenhum hétero sexual que se preze conhece pelo nome, mas apenas pelo manuseio constante e infinitamente mais prazeroso.
      Para atender a todas estas perguntas fui à pesquisa e, com muito custo, a referida jovem deu-me uma entrevista desde que seu nome não fosse revelado e que a mesma não fosse fotografada, o que infelizmente empobrecerá minha reportagem. Logo, atenderei a esta distinta dama como Francisca.
      Abaixo os principais trechos da entrevista ao Kafka City:

     Kafka City: Francisca, o que te levou a adotar este estilo de vida?
     Francisca: Admiro demais São Francisco! Ele era um santo incrível, quero ser como ele foi.

     Kafka City: Mas você adotou o modo de vida de São Francisco?
     Francisca: No mais importante sim.

     Kafka City: E o que é o mais importante?
     Francisca: Rezo diariamente, leio a Bíblia com frequência, vou à Santa Missa todo fim de semana, participo de todos os encontros espirituais que posso e tento viver uma vida segundo o coração de Deus.
 
     Kafka City: Mas os católicos praticantes já fazem isto, o que há de diferente em sua vida?
     Após um silêncio sepulcral ouço uma resposta que me desagrada.
     Francisca: Você está me rotulando! Se continuar assim paro agora!
     (Francisca demonstra inevitável irritação)

     Kafka City: Por que você está irritada?
     Francisca: NÃO ESTOU IRRITADA! Só acho que suas perguntas não estão me acrescentando nada!

     Kafka City: Ok, mas você pretende fazer voto de pobreza e se devotar à vida religiosa?
     Francisca: Ainda não sei! Ando rezando a respeito e estou gostando de um rapaz...

     Kafka City: Então por que você veste essa roupa e dá testemunhos de vida dizendo ter tido um      encontro com Deus?
     Francisca: Acaba aqui a entrevista. Não publica isso.

     Kafka City: Confie em mim

     Muitas perguntas ainda teria a fazer, mas ela não quis mais conversa. Provavelmente não irá querer mais me ver e ficará extremamente nervosa quando ler minha este post. Mas não me importo, se eu fosse um jornalista, obedeceria a um código de ética e não publicaria, como não sou jornalista e meu maynardismo domina minha existência, publico esta paupérrima entrevista, fazendo apenas um questionamento:
     Seria esta moça um cosplay ou alguém intimamente interessado em uma vívida experiência religiosa?
     Minha opinião, se é que importa algo, é que esta moça precisa se encontrar e esta levando outros em sua confusão mental a tomar precipitadas decisões de desistindo de suas vidas normais, em troca de uma ilusão de pseudo-santidade, eis minha opinião.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Primeiro texto do ano

     Como toda pessoa medíocre, tirei férias de minha pseudo arte, normal, pois todos precisam de hábitos e rotinas, exceção feita aos gênios. Escrever pode ser um exorcismo, pode ser um alívio, uma fuga, uma dependência, um absurdo, uma excrecência, um insulto ou algo profundamente banal, além da possibilidade de ser tudo isto ao mesmo tempo. Para mim, tudo não passa de um sonho e de uma idealização, uma profunda vontade de não ser quem sou, de ser um Kafka tupiniquim, no afã de ser um Nelson Rodrigues mineiro, na profunda vontade de ser um indivíduo com uma biografia mais interessante. Como passo longe por mil jardas de todos estes sonhos, acomodo-me em me desnudar em um espaço pouco visto no mundo virtual e completamente irrelevante no mundo real.
      Mas melhor isto que nada, melhor escrever mediocridades que, com o o tempo, podem tornar-se algo interessante, que acomodar-me às minhas mediocridades. Melhor seguir em 2014 escrevendo coisas sem sentido, que viver uma vida com menos sentido que meus escritos, melhor isto que ser banal e banalizar minha curta e rala existência.
      Todos temos sonhos e os meus evito tê-los deixando de dormir.