terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Futuros amantes


de Chico Buarque

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

Para moça charmosa ... ainda


de Pablo Sathler

Eu realmente gosto de você!
Mas... o que posso fazer ?
Acho que nada, NE?
Lembro daquela sua blusa branca
Seu sapato preto e sua calça jeans

Estava com sua melhor amiga
E eu ... com os meus
Aquela noite foi ótima!
Fiz duas vezes, o que mais gosto de fazer

E de surpresa, veio você
A terceira coisa que mais gosto de fazer