segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Primeiro texto do ano

     Como toda pessoa medíocre, tirei férias de minha pseudo arte, normal, pois todos precisam de hábitos e rotinas, exceção feita aos gênios. Escrever pode ser um exorcismo, pode ser um alívio, uma fuga, uma dependência, um absurdo, uma excrecência, um insulto ou algo profundamente banal, além da possibilidade de ser tudo isto ao mesmo tempo. Para mim, tudo não passa de um sonho e de uma idealização, uma profunda vontade de não ser quem sou, de ser um Kafka tupiniquim, no afã de ser um Nelson Rodrigues mineiro, na profunda vontade de ser um indivíduo com uma biografia mais interessante. Como passo longe por mil jardas de todos estes sonhos, acomodo-me em me desnudar em um espaço pouco visto no mundo virtual e completamente irrelevante no mundo real.
      Mas melhor isto que nada, melhor escrever mediocridades que, com o o tempo, podem tornar-se algo interessante, que acomodar-me às minhas mediocridades. Melhor seguir em 2014 escrevendo coisas sem sentido, que viver uma vida com menos sentido que meus escritos, melhor isto que ser banal e banalizar minha curta e rala existência.
      Todos temos sonhos e os meus evito tê-los deixando de dormir.

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