quarta-feira, 6 de março de 2013

Segunda semana sem ela


         Faz duas semanas que tudo terminou. Terminou porque tinha de terminar, como tudo na vida haverá de terminar. Terminou porque quis assim a vida!
        Na primeira semana que se passou, algo estranho aconteceu. As chuvas, que sempre se dignaram a ser as primeiras e mais agradáveis testemunhas de nosso amor, teimaram em não vir. Concluí com isto, que São Pedro havia me dado o devido recado e que era o fim mesmo e que deveria encontrar o caminho para recomeçar.
       Mas nem todo recomeço é fácil e a luz dela me veio como assombro nesta manhã! Ela estava radiante, bela, cheirosa. Sabia de onde ela vinha, mesmo sem ter me falado ou perguntado. Temos uma cumplicidade em planos não materiais. Entendia aquele cansaço e seus motivos, entendia que mesmo assim ela precisava de um ombro para continuar o que estava pendente.
      A vi e passei o dia sem entender as implicações deste encontro. A vi e só entendi no silêncio da madrugada que aqueles olhos melancólicos eram a contradição de um rosto radiante. A vi e só agora notei que eu ainda a amo, mas de um jeito tão diferente que não consigo descrever sinteticamente o que ela me faz.
     Conheço aquele sorriso, mas também conheço aquele olhar e nada me tira da cabeça que algo poderia ser diferente, mas apenas em outro plano, apenas naquele plano não material, no qual somos eternos e futuros amantes.

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