segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Por conta da casa


De Pablo Sathler

Chego em casa às três da manha. Bêbado. Olhos para meus pés e vejo uma enorme titica. Penso. WHAT HELL!!!. Aos poucos começo a me lembrar da noitada. Junto aos flashs de memória, o gostinho de Gim me vem a boca. Estava eu no Julio's. Entrei no bar, havia uns 5 bêbados tentando alguma coisa com as prostitutas. Quando passei pela por ouvi. “Se você me pegar, vai gozar a noite inteira!”. Assustei-me com os dizeres e olhei de canto de olho para a puta. Ela estava em um vestido amarelo vomito que me lembrava as minhas várias noites no Julio's. Graças a Deus não consegui ver o rosto dela, porque geralmente essas mulheres são verdadeiras agressões visuais, principalmente se tentam enganar o cafetão. Avistei meu banquinho, o de sempre. Próximo o barman, claro. Pedia a Beck um Jim e uma água. Rapidamente minha bebida chegou. Deus abençoe Beck. Quando estava enxugando meu copo, percebi uma das putas se aproximarem. Ela usava aqueles saltos gigantescos que demonstrava alguma classe. Gostava disso. Ela se sentou ao meu lado. Nem dei atenção. Porém percebi que ela me olhava fixamente. De repente ouço. “Ei garotão, o que vai ser?”. Tive a infelicidade de olhá-la. Ela tinha os dentes separados, a boca torta, os dedos magros e compridos, sem falar no hálito que me lembrava meu antigo emprego, limpador de fossa. Por um segundo todas as minhas fodas que não eram muitas passaram pela minha cabeça. Pensei “porque não? Vai que ela me ensina algo novo?”. Olhei para o ombro da puta, esse era o único modo de não vomitar na cara dela. Disse a ela:
_ Quanto tá?
_ 25
_ O QUÊ?'
_Isso mesmo que você ouviu.
Conferi mentalmente quanto de grana me restava. Tinha 20 pratas. Gostava de fazer essa conta de cabeça, ajudava na memória e era uma forma dos bandidos não saberem o quanto tinha em meus bolsos. Disse a ela:
_Tenho 20 pratas.
_Pra você eu faço por 20.
_Mais ainda tenho que pagar a minha bebida.
Terminando de dizer o “A” de bebida, Beck me olhou rápido, e com um sorriso sarcástico veio até a mim.
_Que isso cara, essa é por conta da casa.
_Mas como assim? - eu disse
_É cara, essa ai vai de brinde.
_Corta essa Beck.
_Essa bebida vem acompanhada de uma noite incrível com JANETE.
_Quem?
_ Janete, essa “gracinha” do seu lado.
Ela me olhou de uma forma violente, parecia um leão que não comia a 3 semanas. Sedenta de prazer, me agarrou pela gola e dizendo no pé do meu ouvido:
_É meu bem, você me leva de brinde.
Pensei, “porquê não?”
Nesse momento todos do bar me olhavam, pensavam que eu era um perdedor comendo Janete.
Joguei minhas 20 pratas pra Beck, ele me votou 15 centavos, só para gozar com minha cara.
Chegando no quarto do motel abri um vinho. Servi dois copos e disse:
_ Vamos terminar logo com isso.
_Credo! Não seja tão incessível.
Pensei, “Fica na sua ai, você é puta, não tem que falar de sentimento”
_Tá bem minha querida.  - eu disse.
_Assim está bem melhor – ela disse toda se achando.
Deitei na cama, tirei minha roupa, ela montou em mim e fez o serviço. Gozei. Sabia rebolar, isso ela sabia. Acabei com o resto da garrafa de vinho, e fomos embora. Deixei-a na porta do Julio's. Fui
para meu quarto e dormi como um bebê.

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