sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O tédio

Minha mãe grita desesperada, como se algo relevante estivesse acontecendo, atendo-lhe e vejo uma, humilde e desprotegida, barata.
As ordens são claras, devo matar a barata antes que minha mãe fique estérica, mas pobre animal, que ela tem comigo? Mato os meus inimigos ou pessoas que queiram o mal de minha família. O que este ser ínfimo pode fazer contra mim?
Não aguento mais ouvir os gritos. Resolvo então, num lápice de instante, atacar aquele indefeso ser com um pisão de minha bota tamanho 44.
Imediatamente se encerra a vida daquele ser, mas e aí?
Prossigo a vida, volto ao meu quarto e vejo a máquina de escrever, lá vejo minha maior inimiga, a página em branco. Quem poderá combatê-la?
O tédio me corrói por dentro e por fora, me vejo no espelho e constato que estou mais feio que antes.
Amanhã vai ser um novo dia!

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