quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Esperanza é a última que morre


Havia falado sobre a nova estrela do jazz, a americana Esperanza Spalding, coloquei várias músicas que ela interpreta no seu atual trabalho e dei informação de que ela disputaria o Grammy 2011.
Embora saiba que ela era a melhor de todos os artistas que foram indicados. Eu dava como certo que um garotinho chamado Justin Bieber iria tomar-lhe o gramofone. Digo isto porque ela é do jazz, nicho de mercado específico, seus fãs não são garotinhas virgens histéricas e não vão aos seus shows sem entender minimamente de música.
Porém, como existem coisas no universo que são realmente estranhas e inexplicavelmente boas. Ela venceu a categoria que disputava, a qual, era a de artista revelação do ano, categoria esta que é sempre muito especial, pois determina muita coisa sobre o futuro dos indicados no cenário musical.
Esta categoria é considerada uma das mais importantes e já deu, por exemplo, aos The Beatles em 1964 a senha para se transformarem na grande sensação dos próximos anos. Porém tralhas como a Cristina Aguillera também já ganharam este prêmio. O que prova que não precisa ser bom. Bastava fazer sucesso.
Bastava, com o advento da internet e a queda vertiginosa da indústria fonográfica não basta apenas um hit, com rosto bonito e jeitinho carismático. A música caminha para um momento onde só sobrevive quem realmente sabe fazer boa música.
A vitória de Esperanza mostra que a indústria fonográfica está começando a entender que hoje, para ser um sucesso, muito mais é necessário. É necessário talento, atitude e algo que diferencie este artista de todos que o antecederam.
Não vivemos mais no mundo do mais do mesmo, mas vivemos num momento onde nós, que sempre estivemos a margem, podemos fazer o nosso trabalho acontecer. O primeiro lugar nas paradas da Bilboard, não resolve mais a vida de nenhum artista, assim como seguidores no Twitter, amigos no Facebook e visualizações no Youtube.
Hoje o artista precisa fazer a música acontecer e com o tempo teremos mais artistas geniais e menos pseudo-artistas pré-fabricados, porque só um artista de verdade terá força para se manter, fazer sucesso e escrever seu nome na história.

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