segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dia de fúria reprimido

Raul acordou puto da vida, não sabia o porquê, mas seu dia começou mal assim que saiu da cama.
Ele tinha um emprego de merda, não cito nessa crônica para não ser processado pela categoria. Só sei que se tivesse esse emprego também acordaria nervoso só de saber que tenho de trabalhar.
Quando pôs os pés em seu trabalho sentiu um mal pressentimento.
Foi demitido!
Motivo?
Corte de gastos
Raul voltou mais puto ainda para casa.
Entrou em um fast food e pediu o maior sanduíche do cardápio. Quando chegou o sanduíche, ele abriu a caixinha e foi aquela surpresa. Raul se lembrou do filme Um dia de fúria com Michael Douglas e sentiu vontade de imitá-lo, mas Raul era covarde demais para levantar a voz a uma garçonete e reclamar com o gerente a sua insatisfação.
Comeu, pagou e saiu.
Foi andando para casa e de repente começa a chover. Raul estava sem guarda chuvas. Um carro passou por ele e lhe jogou uma enorme poça d´água, deixando Raul em uma situação constrangedora e ficou mais puto da vida ainda.
Enquanto gritava impropérios para o motorista que lhe molhou, veio um trombadinha e roubou-lhe a carteira.
Pronto, fudeu!
Raul estava molhado, sem grana, sem documentos e desempregado.
O telefone de Raul toca. Sua ex-mulher lhe cobrando a pensão.
O dia de Raul realmente estava uma merda!
Pra terminar este texto fudido e esta história sem graça, Raul atravessa a rua sem olhar e um ônibus lhe acerta em cheio.
Raul fica estatelado, destruído e completamente desfigurado. Mas Raul era tão patético que nem morrer ele sabia. Trinta minutos depois Raul estava lúcido e morrendo de dor, sentindo-se um merda em um hospital do SUS e esperando a enfermeira lhe dar mais um sedativo.


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