terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

2012 e a crônica de uma morte anunciada

     Joana acordou de seu coma!
   Não estava entendendo nada, sentia náuseas e se perdia em pensamentos difusos.
   Olhou para o lado e viu uma pessoa velha, porém conhecida.
   Depois de sua visão turva, reconheceu que sua avó ali estava. Delminda segurava a mão de Joana e sem pronunciar palavra alguma e enquanto as lágrimas tomavam conta do rosto de Delminda, Joana começou a entender que acabara de acordar de um sonho maldito.
   Joana havia acabado de se casar com Jorge, ambos passavam a lua de mel no Rio de Janeiro e depois de um momento andando pela orla, uma bala perdida a acertou e Joana quase morreu, ficou oito meses em coma e ela acabara de acordar e a dor começou na sua cabeça, exatamente na região onde ela recebera o tiro.
   Enquanto tanta coisa passava pela mente de Joana e Delminda chorava tão copiosamente que temia-se que a mesma ficasse desidratada. Jorge estava com a sua terceira amante.
   Sim, terceira. Desde que Joana recebeu aquela bala ele a tem traído com outras duas mulheres, sendo que a primeira já era sua amante à época do casamento. Jorge tinha disposição física e psicológica para gerenciar seus relacionamentos o que compensava sua falta de disposição moral de apoiar Joana em seu momento de "quase morte".
    Enquanto Joana recuperava a memória, Jorge traia sua esposa, Delminda chorava sem parar e Marcos (o qual nenhum leitor irá conhecer) trabalhava feito um louco, um vento muito forte começou a levantar uma nuvem de poeira sem precedentes tomou conta da cidade e o mar levantou uma onda nunca antes vista e, em menos de trinta minutos, o Rio de Janeiro já estava inundado, assim como todas as cidades litorâneas brasileiras.
    Era o fim do mundo previsto pelos Maias, fazer o que?
    Joana acabou morrendo com sua avó Delminda segurando a sua mão. Delminda morreu em paz por ter ouvido a voz de Joana antes de morrer. Jorge não teve tempo de ver sua esposa, tão pouco de se despedir de suas amantes e Marcos... bom, ele não interessa.

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